sábado, 23 de julho de 2011

OFICINA ÁLDICE LOPES


DULCE VEJA AÍ A MUDANÇA DE TEXTO
NO INÍCIO DO SEGUNDO ATO
(NOVA MÚSICA, NO LUGAR DA "THE CRIMINAL" ENTRA
GLEN MILLER E SUA ORQUESTRA TOCANDO
"SMOKE GETS IN YOUR EYES")

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SEGUNDO ATO

A LUZ DESTACA AGATHA EM SEU ESCRITÓRIO. ELA COLOCA OUTRO DISCO NO GRAMOFONE E OUVE-SE a ORQUESTRA DE GLEN MILLER TOCANDO "SMOKE GETS IN YOUR EYES" (1944), QUE É BEM CONHECIDA E TRAZ  UM BOM CLIMA PARA A CENA:

AGATHA               - Fim do 1º Ato! ... Música! ... (ESCOLHE UM DISCO) ... Perfeito! ... Glen Miller : Smoke gets in your eyes! ... A fumaça entra em seus olhos! ... Trazemos agora para a cena os homens da lei! (RI) ... Ou melhor: um homem e uma mulher da lei! ... E junto com eles traremos a névoa para iludir os olhos da platéia! ... Isto mesmo!...Aí vem eles! ... (RI)


quarta-feira, 13 de julho de 2011

REFLEXÃO II : RITMO




RITMO: (DEFINIÇÃO DO TERMO NO DICIONÁRIO AURÉLIO)

* - Nas artes, na literatura, no cinema, no teatro, etc... RITMO é a disposição ou o desenvolvimento harmonioso, no espaço e no tempo, de elementos expressivos e estéticos, com alternância de valores de diferente intensidade.

Eis aí o nosso "problema" a ser enfrentado.
RITMO.

Nossa peça está baseada na palavra, na intenção, no gesto.
O texto, as "falas", só têm importância se revelarem o conteúdo das personagens, suas intenções. De nada vale o texto se não exprimir o pensamento da personagem no contexto da cena. Um olhar, um gesto, uma pausa valem mais que páginas e páginas de texto ditas sem intenção.

Ontem passamos o primeiro e o segundo ato e marcamos o tempo de 50 minutos para fazermos isto. É muito! Mas, não será correndo com as falas de cada um que ganharemos ritmo. Mas, sim, valorizando as pausas com intenção. Aí, sim, teremos fluxo de idéias.

A dosagem dos tempos, das intenções, das ações e reações da contracena é que farão a peça despertar e manter a atenção da platéia.

Quanto à criação das personagens:

É preciso que cada um de vocês exponha do seu jeito, isto é: à sua maneira, as suas personagens. Não há como eu conduzir a sua criação se vocês não a expõem.

Ensaio é a hora de errar!

É o processo do erro e acerto que nos dá o caminho da criação.
É preciso errar e errar bem errado para enxergar a personagem e compreende-la, aos poucos.

Se você não tentar construir sua personagem assim, depois assado, depois frito e depois cozido nos ensaios, evidentemente, não há como o diretor trabalhar sua intenção, não há como discutir. É preciso arriscar. Elaborar uma abordagem da personagem e exercitá-la, colocá-la em prática.

Não é um processo fácil, claro.
É um processo que necessita de coragem do ator ou da atriz para arriscar.

Errar ensina o que não cabe na sua personagem, é o único caminho.
Sabendo o que não serve, por eliminação, nos aproximamos daquilo que cabe à personagem. Portanto, arrisquem. Não procurem acertar, apenas tentem expressar sua personagem com as verdades que você consegue distinguir nelas.
Arrisque fazê-la assim, do jeito que você a vê, mesmo que pareça estranho fazer isto ou aquilo, andar assim ou assado, demorar mais em uma pausa para valorizar um momento da reflexão, frisar uma palavra, aumentar o tom numa frase, diminuir noutra, etc...

Tente!

Não cumpra exatamente as marcas feitas pelo diretor como um autômato.
Procure as intenções para deslocar-se de um ponto a outro da cena.
Estude o texto e o modifique, evidentemente mantendo o vocabulário e o conteúdo.
Proponha ao grupo e à direção do espetáculo o seu ponto de vista.
Brinque com o ritmo da sua personagem.

Divirta-se.

Até mais à noite!
beijos

Enéas Lour

sábado, 9 de julho de 2011

MOTOSSERRA!

(clique na imagem para ampliar)
Troupe, hoje e amanhã estarei fazendo cortes no texto da nossa peça.
Por favor, não reclamem dos cortes que farei em suas falas.
Não é fácil cortar texto e conseguir encaixar as idéias da narrativa
e eu só cortarei o que for realmente necessário,
para dar mais dinâmica ao espetáculo.
Até segunda para mais um ensaio!
Vai dar certo!

Enéas Lour
...
..
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

REFLEXÃO

(clique na imagem para ampliar)
Troupe,

Ontem (30 de junho), no final do ensaio eu fiz comentários críticos sobre a postura do grupo no trabalho. Disse que o principal – e o que estamos deixando de lado, por inexperiência e conseqüente descuido – é a fantasia, ou melhor: o fantasiar.
O que é que eu quero dizer com isto?
Quero dizer que é preciso “brincar”, é preciso “delirar”.
O teatro só faz sentido para o ator ou a atriz, para o diretor, para o artista, quando propicia o seu “encantamento”.
E o que é o tal “encantamento” do artista?
É a mágica que nos faz vibrar.
São os “truques” que usamos para trazer satisfação à nossa alma, à nossa mente.
Uns encontram esta satisfação no exercício da escrita, outros na pintura, outros na música, outros no palco, outros na dança e seus movimentos, outros na matemática, na poesia ... ou nas outras tantas formas de manifestação da expressão humana.
Em nosso caso, no palco, e também para as outras formas de expressão artística, esta satisfação advém do exercício da nossa “loucura”.
Que loucura?
A nossa loucura!
Aquela loucura que nos fez sair de nossas casas, vir até o palco e nos proporciona prazer quando usamos nossos corpos, nossa voz, nossos movimentos, para expressar uma personagem.
Cada personagem somos nós do avesso.
Cada personagem que representamos nos mostra um trecho dos corredores internos de nossos labirintos.
A magia está aí: está em representarmos estas nossas personagens. Está em nos colocarmos à disposição delas, para que elas se apresentem.
Brincar de ser as personagens é a mágica.
Todas as personagens que representamos existem em nós.
Repito o que sempre digo:
- Não é importante decorar o texto.
O importante é compreendê-lo.
Compreender cada fala, cada intenção da personagem no contexto da cena e, claro, da peça como um todo.
Brincar com a personagem, conhecê-la, inventá-la.
Agir e reagir como ela.
O ensaio é o lugar onde nos é permitido o exercício desta “loucura”, são nos ensaios que estamos completamente livres para experimentar posturas corporais, vozes, olhares, pausas, tempos de reação, etc...
É no ensaio que o ator ou a atriz pode errar! 
É no ensaio que se executa, com tranqüilidade, tudo aquilo que elaboramos em nossas cabeças quando tentamos visualizar as nossas personagens, quando estudamos as falas, as cenas, em casa, na rua, no trabalho, no elevador, no super-mercado...
Do contraponto entre este exercício de expressão, isto é da experimentação, da discussão com o diretor e o grupo nas avaliações do processo é que emergirá a personagem, com seus subtextos, com suas minúcias da composição.
Estamos em processo de criação e este processo é um parto!
Um parto múltiplo, de onze personagens que só nascerão perfeitas se nosso trabalho de construção lhes der ar para respirarem, lhes der sangue para reagirem, lhes der vida para se expressarem.
Complicado?
Não.
Simples.
Eis a questão!
Se você permitir que a sua intuição comande o processo de criação. Se você ousar, se você deixar o medo de lado, se você sair da sua “zona de conforto” e buscar ultrapassar seus limites deixando que o lúdico tome espaço, que a brincadeira aconteça: tudo se torna mais fácil.
Exagere! Fantasie! Brinque!
Construa sua personagem com uma lente de aumento naqueles pontos que você considerar os mais importantes para ela se expressar, isto é: aqueles pontos que mais evidenciam sua personalidade.
Exagere!
Minha função, como diretor, é dosar as suas potencialidades, dosar sua expressão para que o espectador construa a sua própria história conduzido pelo que ele, espectador, vê apresentado em cena.
Confie: eu não deixarei você passar por situações de ridículo!
Não tenha medo de nada!
Nós faremos um espetáculo muito bem construído e de grande qualidade.
Só depende de nós.
Segunda-feira próxima iniciamos a reta final da montagem de nosso espetáculo.
Estamos atrasados e interrupções como as do feriadão de Corpus Christi não nos ajudam em nada.
Nossos ensaios em julho têm que render muito.
Isto quer dizer: concentração, empenho, solidariedade entre todos da equipe nesta tarefa de construir o “Mundo Worchesther”.
Mas, vejam bem: não estou falando em sacrifício!
Ao contrário!
Estou falando que quanto mais nos entusiasmarmos com o processo de criação, quanto mais nos divertirmos com ele, mais prazeroso ele poderá ser e, também mais profícuo, mais “rendoso” em termos de qualidade e de aprofundamento do nosso trabalho artístico.
Portanto peço, encarecidamente, que vocês se divirtam mais. Brinquem mais. Concentrem-se mais. Usem mais sua intuição. Joguem mais. Troquem mais com seus parceiros de cena. Proponham mais em cada uma de suas falas, em cada uma de suas cenas.
Assim, nós, "loucos-de-pedra" que escolhemos o palco para nos exprimir artisticamente, seremos mais felizes por realizarmos nossa loucura com um alto grau de qualidade.
Gostaria muito de ouvir a opinião de cada um de vocês sobre esta reflexão.

Beijos
Até segunda às 20 horas, no palco.

Enéas Lour
01 de julho de 2011.