quarta-feira, 13 de julho de 2011

REFLEXÃO II : RITMO




RITMO: (DEFINIÇÃO DO TERMO NO DICIONÁRIO AURÉLIO)

* - Nas artes, na literatura, no cinema, no teatro, etc... RITMO é a disposição ou o desenvolvimento harmonioso, no espaço e no tempo, de elementos expressivos e estéticos, com alternância de valores de diferente intensidade.

Eis aí o nosso "problema" a ser enfrentado.
RITMO.

Nossa peça está baseada na palavra, na intenção, no gesto.
O texto, as "falas", só têm importância se revelarem o conteúdo das personagens, suas intenções. De nada vale o texto se não exprimir o pensamento da personagem no contexto da cena. Um olhar, um gesto, uma pausa valem mais que páginas e páginas de texto ditas sem intenção.

Ontem passamos o primeiro e o segundo ato e marcamos o tempo de 50 minutos para fazermos isto. É muito! Mas, não será correndo com as falas de cada um que ganharemos ritmo. Mas, sim, valorizando as pausas com intenção. Aí, sim, teremos fluxo de idéias.

A dosagem dos tempos, das intenções, das ações e reações da contracena é que farão a peça despertar e manter a atenção da platéia.

Quanto à criação das personagens:

É preciso que cada um de vocês exponha do seu jeito, isto é: à sua maneira, as suas personagens. Não há como eu conduzir a sua criação se vocês não a expõem.

Ensaio é a hora de errar!

É o processo do erro e acerto que nos dá o caminho da criação.
É preciso errar e errar bem errado para enxergar a personagem e compreende-la, aos poucos.

Se você não tentar construir sua personagem assim, depois assado, depois frito e depois cozido nos ensaios, evidentemente, não há como o diretor trabalhar sua intenção, não há como discutir. É preciso arriscar. Elaborar uma abordagem da personagem e exercitá-la, colocá-la em prática.

Não é um processo fácil, claro.
É um processo que necessita de coragem do ator ou da atriz para arriscar.

Errar ensina o que não cabe na sua personagem, é o único caminho.
Sabendo o que não serve, por eliminação, nos aproximamos daquilo que cabe à personagem. Portanto, arrisquem. Não procurem acertar, apenas tentem expressar sua personagem com as verdades que você consegue distinguir nelas.
Arrisque fazê-la assim, do jeito que você a vê, mesmo que pareça estranho fazer isto ou aquilo, andar assim ou assado, demorar mais em uma pausa para valorizar um momento da reflexão, frisar uma palavra, aumentar o tom numa frase, diminuir noutra, etc...

Tente!

Não cumpra exatamente as marcas feitas pelo diretor como um autômato.
Procure as intenções para deslocar-se de um ponto a outro da cena.
Estude o texto e o modifique, evidentemente mantendo o vocabulário e o conteúdo.
Proponha ao grupo e à direção do espetáculo o seu ponto de vista.
Brinque com o ritmo da sua personagem.

Divirta-se.

Até mais à noite!
beijos

Enéas Lour

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