domingo, 8 de abril de 2012

HÁ UM ANO ...

Meninos e Meninas
do Grupo de Teatro do Clube Curitibano

Há exatamente uma ano atrás,
 mais precisamente no dia 27 de abril de 2011,
 iniciamos o processo de criação do espetáculo 
"UMA NOITE COM AGATHA CHRISTIE"
e eu enviei a seguinte imagem da idealização do cenário

 (aliás, o cenário final ficou bem parecido com esta primeira idéia, não é?)

Hoje, 08 de abril de 2012, estamos concluindo o nosso projeto
cercado de grande sucesso de público e de críticas!

Quero dizer da minha grande satisfação na realização deste espetáculo.
O crescimento de cada um de vocês em cena é notável!
O nosso grupo amadureceu muito!
Tenho grande orgulho de estar desenvolvendo 
este trabalho artístico com todos vocês.
Muito obrigado!

Em breve estaremos dando início a mais uma 
"aventura no mundo do palco"
com a peça 
"SERAFIM, HISTÓRIAS DE TODO O TEMPO & NENHUM"
que, tenho absoluta certeza, também se incluirá 
na galeria de sucessos que estamos construindo
nesses quase oito anos de trabalho conjunto.

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Enéas Lour




sábado, 10 de março de 2012

DIVULGAÇÃO


Prezados,

Gostaria da ajuda para divulgação da Peça no Festival de Teatro, temos folders e cartazes, o material está disponibilizado no Dpto de Cultura, podem buscar na segunda –feira?

Agradeço a colaboração.

Att.

__________________________
Andreza Cosenza
Gerente Dpto. de Cultura
ger.cultura@clubecuritibano.com.br
Clube Curitibano
Tel./Fax.: 3014-1934
Cel.: 9839-4575

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Serafim - Histórias de todo tempo e nenhum"

Troupe,

Antes de tudo FELIZ 2012!
Este ano vamos produzir a nossa oitava peça juntos!
Pensamos em muitas opções para qual peça poderíamos encenar e chegamos à conclusão que a melhor das opções seria mesmo escrever um novo texto, pois, como vocês bem sabem, o nosso grupo está composto por uma grande maioria de atrizes em contraste com o número de atores e, sendo assim, é BEM DIFÍCIL (para não dizer IMPOSSÍVEL) encontrar na dramaturgia mundial alguma peça na qual possam participar tantas atrizes e tão poucos atores. E as adaptações de textos transformando personagens originalmente criados como masculinos para serem encenados como femininos é bastante difícil e muitas vezes impraticável. Este foi o caso da peça que havíamos cogitado (ARSÊNICO E ALFAZEMA) a trama original concebida para 08 atores e 03 atrizes impede tal adaptação para ser encenada pelo GTCC.
Sendo assim, em dezembro/2011 comecei a escrever um texto novo e exclusivo para o GTCC pensando, quando da criação de cada uma das personagens, nos componentes do nosso grupo. Ainda estou no processo de criação e falta bastante para ter um primeiro texto concluído, mas, a idéia geral está concebida e isto é meio caminho.
Trata-se de um drama. Lembrando que drama segundo o Aurélio quer dizer :
Teatro - do latim - drama -e do grego - drâma - :  Gênero teatral em que o cômico se mistura com o trágico numa série de episódios complicados ou patéticos. 
Então, DRAMA não quer dizer dramático, sofredor, choradeira, baixo astral, certo?
Ao contrário, a idéia é um espetáculo mesclando momentos de tensão com momentos de comicidade, num contexto ultra-poético.
O título da peça é :
 "Serafim - Histórias de todo tempo e nenhum"
e fala sobre a caminhada da personagem Serafim por sua existência. Suas lembranças são o mote principal da narrativa cujo tema central é o tempo, circular e eterno.
As andanças e aprendizados de Serafim por suas lembranças, os encontros dele com diversas personagens que marcaram sua vida, seus amores, suas decepções, seus confrontos, seus dilemas, suas fantasias, seus enganos, suas ilusões e desilusões formam um grande e poético painel de sensações que nos remetem à nossas próprias vivências por nossos (outros) caminhos percorridos em nossas vidas.
Serafim é uma personagem inocente que enfrenta a vida de frente, que segue o inexorável caminho do tempo aprendendo a percorrê-lo a cada passo. As personagens com que ele se depara são às vezes cruéis, às vezes solidários, outras vezes patéticos, comoventes, parciais ou imparciais, trágicos, cômicos, como tantos que encontramos nós mesmos pela vida.

PARA QUE SE TENHA UMA IDÉIA AÍ VAI A RUBRICA DO TEXTO DE APRESENTAÇÃO DE SERAFIM :
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SERAFIM USA UM FIGURINO ESTRANHO, MUITO CLARO E UM POUCO SUJO:
SEU CHAPÉU, MEIA CARTOLA, TEM UM TOM DE NUVENS.
A CASACA TEM RABOS QUE QUASE LAMBEM O CHÃO E AS CALÇAS SÃO CURTAS, MEIA CANELA.
AS MEIAS SÃO CADA UMA DE UMA COR, ASSIM COMO TAMBÉM SÃO OS SAPATOS, DE DOIS TIPOS, ÍMPARES.
ELE USA LUVAS, UMA BRANCA A OUTRA PRETA E TRAZ SEMPRE SUA PEQUENA E FRÁGIL BENGALA ARQUEADA, DE BAMBU, COM UM CASTÃO DE VIDRO, COMO BOLHA DE SABÃO.
NO COLETE OS BOTÕES SÃO MUITOS, COMO ESTRELAS NO CÉU EM FURTA-CORES, MADREPÉROLAS.
SERAFIM É CALMO, TRANQÜILO COMO A ÁGUA DENTRO DE UMA BACIA SOB O VASO DE FLORES NO CANTO DA SALA. TEM OLHOS MANSOS E QUASE NUNCA FRANZE A TESTA. A NÃO SER QUANDO RI.
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O texto que estou escrevendo tem como referências poéticas algumas obras de escritores como Júlio Cortazar (“Histórias de Cronópios e Famas”); Bertolt Brecht (“O Vôo sobre o Oceano”); Jorge Luis Borges (“História do Guerreiro e da Cativa” e "O Jardim de Veredas que se Bifurcam”); Miguel de Cervantes (“Dom Quixote de La Mancha”); Paulo Leminski (“Anseios Crípticos” e “Agora é que são elas”); entre outros...

Como se pode perceber, estamos bem acompanhados, não é?

O texto é uma experimentação da não-linearidade da narrativa dramatúrgica, ou seja: as cenas não seguem necessariamente uma ordem linear, cronológica, pois, como se trata das lembranças de Serafim, ele lembra-se de um fato acontecido em sua vida e logo em seguida de outro ocorrido muito tempo depois ou antes daquele primeiro e assim sucessivamente.

Esta estrutura propõe um espetáculo não realista, ou se preferirem supra-realista, ou surrealista. Um espetáculo poético, onírico, musical.
O elenco atuará no sistema coringa, ou seja, cada atriz e cada um dos atores (exceto o ator que interpretará Serafim) interpretarão várias personagens durante a peça, algumas no coro de atores narradores e outras como coadjuvantes e/ou protagonistas ao lado de Serafim.
Esta experiência na forma de interpretação é nova para o grupo que desde 2005, talvez tenha experimentado algo semelhante apenas na primeira peça (O Corcunda de Notre Dame), mas, de uma forma muito incipiente ou primária, naquele nosso primeiro espetáculo encenado.
Nesta nova peça a experimentação da criação de diversas personagens distintas, onde cada um(a) terá duas ou três ou até quatro personagens, será muito rico em nosso processo de aprendizagem e experimentação de técnicas de interpretação.

Quanto à parte musical (sonoplastia) eu gostaria muito de poder contar com a música “ao vivo” e pensei em convidar a cantora, musicista, compositora e arranjadora Edith de Camargo, que tem um trabalho magnífico e mora em Curitiba. Se vocês não a conhecem pesquisem no Google ou no Youtube e vejam! Vale a pena! ... Mas, não sei se teremos orçamento para isto. Veremos com o Odilon Merlin se dá para trazê-la para estar conosco neste novo trabalho. Seria excelente se pudéssemos contar com ela no novo espetáculo.

A expectativa é grande sobre o que o Grupo de Teatro apresentará neste ano em que o Clube comemora os 130 anos de fundação.

No mais estou aqui em São Luiz do Purunã escrevendo o novo texto até fevereiro.
Vou para Curitiba na semana que vem e talvez pudéssemos nos encontrar para falar sobre o projeto, não acham?

Beijo (saudades)


Enéas Lour
São Luiz do Purunã
12 de Janeiro de 2012

Seguem algumas frases pertinentes ao conteúdo do novo texto:

Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.


Álvaro de Campos
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“No aceptar otro orden que el de las afinidades, otra cronología que la del corazón, otro horario que el de los encuentros a deshora, los verdaderos."
Júlio Cortázar
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"O preço da poesia é a eterna liberdade."
Mario Quintana

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"A loucura é o sol que não deixa o juízo apodrecer"
Enéas Lour

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ÚLTIMAS TRÊS APRESENTAÇÕES

Troupe,

No próximo final de semana terminamos a temporada de mais um trabalho.
Fim de um processo de seis meses de atividades.
Mais uma vez obtivemos sucesso!
Parabéns a todos nós!
A aceitação da peça pelo público foi ótima
e a diretoria do clube também manifestou-se muito positivamente.

Sem falsa modéstia: conseguimos mesmo um resultado muito bom!

“Uma Noite com Agatha Christie” é um espetáculo difícil
e, por isso mesmo, nos ensinou muito.
Valeu a pena.

Crescemos muito. Aprendemos muito:
a contracena, os tempos de reflexão, as posturas corporais,
as expressões faciais, os subtextos, as intenções de cada personagem, etc... etc...

Muito bem! Estou orgulhoso de todos vocês!

Agora, terminado este processo, aguardamos o posicionamento da diretoria
no sentido de dar continuidade aos projetos do Grupo de Teatro do Clube Curitibano.
Até aqui nada foi definido.

Gostaria muito que cada um de vocês propusesse
- tanto atividades quanto textos que, a seu modo de ver,
possam ser desenvolvidos pelo grupo no futuro.

Um grande beijo e, mais uma vez: Parabéns!!!!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

14

Hoje DÉCIMA QUARTA apresentação!
Faltam só 08 sessões da peça Uma Noite Com Agatha Christie!
Que rápido!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


PROPOSTA DO AUTOR/DIRETOR
AO GRUPO DE TEATRO DO CLUBE CURITIBANO

Estive pensando e resolvi propor ao grupo
a montagem da peça teatral de minha autoria
"A TRISTE HISTÓRIA DE HANNA KOWALICK - A BRUXA DE CURITIBA"
como próximo trabalho, no início de 2012.
Tal proposta tem como justificativa para sua encenação
a associação da temática da referida peça com a proposta
da Diretoria para a comemoração dos 130 anos
da fundação do Clube Curitibano,
uma vez que a ação dramática dessa obra se passa
em Curitiba no período entre 1880 e 1906,
época em que o clube foi fundado pelo Barão do Cerro Azul.
Na trama ficcional baseada em fatos reais
é apresentada a trajetória de vida de uma mulher
- Hanna Kowalick -
 em um grande painel acerca de nossa capital,
os costumes e idiossincrasias de seus habitantes,
a pluralidade étnica da formação populacional de Curitiba,
com seus contrastes e características,
os conceitos e preconceitos da sociedade curitibana de então,
além de uma dramaturgia que elabora a estória
desta personagem tida por uns como "santa milagreira"
e pelos mesmos num outro momento como "bruxa"
por desafiar a mentalidade provinciana da pequena cidade
que teme o novo, o diferente, o ousado.
Com uma trama repleta de emoção e poesia,
o texto dessa peça foi premiado pela
Fundação Cultural de Curitiba em 2008,
com o Prêmio Oraci Gemba de Fomento à Dramaturgia
e oferece oportunidade para absorver
todos os integrantes do Grupo de Teatro na composição do elenco.
Trata-se de um Drama,
gênero teatral que experimentamos apenas quando encenamos
os "monólogos" da peça "Bilhetes",
porém ali não exercitávamos a contracena.
Na peça, agora proposta para a encenação,
os atores podererão experimentar a contracena,
tanto nos momentos dramáticos
como naqueles onde se trabalha a linguagem do humor.

Proponho a realização de uma leitura do texto,
"A TRISTE HISTÓRIA DE HANNA KOWALICK - A BRUXA DE CURITIBA"
com os atores interessados em participar da montagem,
na próxima semana, no Salão Ivaí.

Aguardo suas apreciações e comentários
acerca desta proposta.

Enéas Lour

 (CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)






sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SEXTA-FEIRA 26 DE AGOSTO DE 2011




Odilon Merlin Chique é a lotação esgotada desta 6ª !!! Arrasa galera!
há 41 minutos ·


  • Marco Enrico Chiocca Caaaaaarrrraaaaaaaaaaaccccccaaaaa!
    há 12 minutos ·





  • Enéas Lour QUE MARAVILHA!!!!!!! MUITO BOM!!!!

  • TEMPERATURA = 12 GRAUS

  • LOTAÇÃO ESGOTADA!!!!

  • PARABÉNS!



  • segunda-feira, 22 de agosto de 2011

    NOVO PROJETO ...

    A idéia é mais ou menos assim:
    Criar um roteiro para um filme de 80 minutos.
    Tema : O que aconteceu no mundo,

    no Brasil e em Curitiba nos 130 anos?

    Elenco: GTCC + 02 paranaenses famosos (TV)
    Ensaios = Como os de uma peça de teatro (+- 4 meses)
    Gravação = 2 meses.
    Locações: Clube, Curitiba, Vila Velha, Ilha do Mel, Cataratas.
    (de dia e de noite)
    Sinopse inicial = Uma troupe de atores conta o que aconteceu nos últimos 130 anos.
    Personagens = Mágicos e Feiticeiras.
    Inserções de filmes curtos - documentais.
    Novo desafio.
    ...
    ..
    .
     

    domingo, 14 de agosto de 2011

    
    OS TRÊS ENSAIOS QUE NOS RESTAM!

    Por favor tentem - com afinco - chegar às 19:59 horas
    para os próximos três ensaios que no restam para
    a estréia da peça!

    Na segunda-feira (amanhã) teremos que fazer
    o ensaio de luz!
    (Preparem-se!)

    Todos com os figurinos e adereços e cabelos e etc...
    Silêncio nas coxias.

    Não esqueçam de trazer para os ensaios:

    Concentração.
    Relaxamento.
    Senso de integração.
    Bom senso nos comentários críticos.
    Apoio.
    Espírito leve e lúdico.
    Sorrisos.
    Bom astral.
    Tesão.

    Beijo.

    Enéas Lour



    terça-feira, 9 de agosto de 2011

    
    Hoje sonhei com Agatha Christie e ela estava sorrindo!
    Eu estava assistindo a peça na coxia e lá no palco (enorme) 
    vocês estavam em cena.
    Todos usavam uns figurinos meio esverdeados,
    de época renascentista.
    Chapéus grandes com plumas verdes
    e botas meio avermelhadas de canos e saltos altos.
    A Ana Mary estava em cima de uma carroça
    com grandes rodas
    e declamava uma poesia triste, com lágrimas nos olhos.
    O Carlão estava sentado num barril
    e palitava os dentes sorrindo.
    Numa mesa ao lado,no fundo a Inês e a Dulce sorriam bebendo vinho e comendo fatias de pão.
    A Simone e a Calourinha estendiam
    roupas molhadas num varal e
    a Mari Mais, a Tempski e o Matheus
    estavam numa espécie de cama
    cobertos por cobertores de lã xadrez preta e barnca.
    O Marco e o Zeca bebiam numa mesa e riam
    de tudo e de todos, com as bochechas vermelhas.
    Na outra coxia, oposta àquela onde eu estava
    a Agatha Christie, a Eliane e umas outras mulheres
    acho que do coral, riam entusiasmadas.
    Eu fazia sinais para elas entrarem em cena
    e cantassem, mas, elas não me ouviam e
    riam e riam e riam!!!
    Deve ser um bom sinal!
    A platéia estava cheia.
    Tomara que a cena se repita!
    Acordei tranquilo.
    Gostei do ensaio de ontem.
    Melhoramos muito!
    Vai dar certo.
    Beijos!
    Até mais à noite para continuarmos de onde
    paramos ontem.

    Enéas Lour
    09/08/2011


    sábado, 23 de julho de 2011

    OFICINA ÁLDICE LOPES

    
    DULCE VEJA AÍ A MUDANÇA DE TEXTO
    NO INÍCIO DO SEGUNDO ATO
    (NOVA MÚSICA, NO LUGAR DA "THE CRIMINAL" ENTRA
    GLEN MILLER E SUA ORQUESTRA TOCANDO
    "SMOKE GETS IN YOUR EYES")

    -----------------------------------------

    SEGUNDO ATO

    A LUZ DESTACA AGATHA EM SEU ESCRITÓRIO. ELA COLOCA OUTRO DISCO NO GRAMOFONE E OUVE-SE a ORQUESTRA DE GLEN MILLER TOCANDO "SMOKE GETS IN YOUR EYES" (1944), QUE É BEM CONHECIDA E TRAZ  UM BOM CLIMA PARA A CENA:

    AGATHA               - Fim do 1º Ato! ... Música! ... (ESCOLHE UM DISCO) ... Perfeito! ... Glen Miller : Smoke gets in your eyes! ... A fumaça entra em seus olhos! ... Trazemos agora para a cena os homens da lei! (RI) ... Ou melhor: um homem e uma mulher da lei! ... E junto com eles traremos a névoa para iludir os olhos da platéia! ... Isto mesmo!...Aí vem eles! ... (RI)


    quarta-feira, 13 de julho de 2011

    REFLEXÃO II : RITMO




    RITMO: (DEFINIÇÃO DO TERMO NO DICIONÁRIO AURÉLIO)

    * - Nas artes, na literatura, no cinema, no teatro, etc... RITMO é a disposição ou o desenvolvimento harmonioso, no espaço e no tempo, de elementos expressivos e estéticos, com alternância de valores de diferente intensidade.

    Eis aí o nosso "problema" a ser enfrentado.
    RITMO.

    Nossa peça está baseada na palavra, na intenção, no gesto.
    O texto, as "falas", só têm importância se revelarem o conteúdo das personagens, suas intenções. De nada vale o texto se não exprimir o pensamento da personagem no contexto da cena. Um olhar, um gesto, uma pausa valem mais que páginas e páginas de texto ditas sem intenção.

    Ontem passamos o primeiro e o segundo ato e marcamos o tempo de 50 minutos para fazermos isto. É muito! Mas, não será correndo com as falas de cada um que ganharemos ritmo. Mas, sim, valorizando as pausas com intenção. Aí, sim, teremos fluxo de idéias.

    A dosagem dos tempos, das intenções, das ações e reações da contracena é que farão a peça despertar e manter a atenção da platéia.

    Quanto à criação das personagens:

    É preciso que cada um de vocês exponha do seu jeito, isto é: à sua maneira, as suas personagens. Não há como eu conduzir a sua criação se vocês não a expõem.

    Ensaio é a hora de errar!

    É o processo do erro e acerto que nos dá o caminho da criação.
    É preciso errar e errar bem errado para enxergar a personagem e compreende-la, aos poucos.

    Se você não tentar construir sua personagem assim, depois assado, depois frito e depois cozido nos ensaios, evidentemente, não há como o diretor trabalhar sua intenção, não há como discutir. É preciso arriscar. Elaborar uma abordagem da personagem e exercitá-la, colocá-la em prática.

    Não é um processo fácil, claro.
    É um processo que necessita de coragem do ator ou da atriz para arriscar.

    Errar ensina o que não cabe na sua personagem, é o único caminho.
    Sabendo o que não serve, por eliminação, nos aproximamos daquilo que cabe à personagem. Portanto, arrisquem. Não procurem acertar, apenas tentem expressar sua personagem com as verdades que você consegue distinguir nelas.
    Arrisque fazê-la assim, do jeito que você a vê, mesmo que pareça estranho fazer isto ou aquilo, andar assim ou assado, demorar mais em uma pausa para valorizar um momento da reflexão, frisar uma palavra, aumentar o tom numa frase, diminuir noutra, etc...

    Tente!

    Não cumpra exatamente as marcas feitas pelo diretor como um autômato.
    Procure as intenções para deslocar-se de um ponto a outro da cena.
    Estude o texto e o modifique, evidentemente mantendo o vocabulário e o conteúdo.
    Proponha ao grupo e à direção do espetáculo o seu ponto de vista.
    Brinque com o ritmo da sua personagem.

    Divirta-se.

    Até mais à noite!
    beijos

    Enéas Lour

    sábado, 9 de julho de 2011

    MOTOSSERRA!

    (clique na imagem para ampliar)
    Troupe, hoje e amanhã estarei fazendo cortes no texto da nossa peça.
    Por favor, não reclamem dos cortes que farei em suas falas.
    Não é fácil cortar texto e conseguir encaixar as idéias da narrativa
    e eu só cortarei o que for realmente necessário,
    para dar mais dinâmica ao espetáculo.
    Até segunda para mais um ensaio!
    Vai dar certo!

    Enéas Lour
    ...
    ..
    .

    sexta-feira, 1 de julho de 2011

    REFLEXÃO

    (clique na imagem para ampliar)
    Troupe,

    Ontem (30 de junho), no final do ensaio eu fiz comentários críticos sobre a postura do grupo no trabalho. Disse que o principal – e o que estamos deixando de lado, por inexperiência e conseqüente descuido – é a fantasia, ou melhor: o fantasiar.
    O que é que eu quero dizer com isto?
    Quero dizer que é preciso “brincar”, é preciso “delirar”.
    O teatro só faz sentido para o ator ou a atriz, para o diretor, para o artista, quando propicia o seu “encantamento”.
    E o que é o tal “encantamento” do artista?
    É a mágica que nos faz vibrar.
    São os “truques” que usamos para trazer satisfação à nossa alma, à nossa mente.
    Uns encontram esta satisfação no exercício da escrita, outros na pintura, outros na música, outros no palco, outros na dança e seus movimentos, outros na matemática, na poesia ... ou nas outras tantas formas de manifestação da expressão humana.
    Em nosso caso, no palco, e também para as outras formas de expressão artística, esta satisfação advém do exercício da nossa “loucura”.
    Que loucura?
    A nossa loucura!
    Aquela loucura que nos fez sair de nossas casas, vir até o palco e nos proporciona prazer quando usamos nossos corpos, nossa voz, nossos movimentos, para expressar uma personagem.
    Cada personagem somos nós do avesso.
    Cada personagem que representamos nos mostra um trecho dos corredores internos de nossos labirintos.
    A magia está aí: está em representarmos estas nossas personagens. Está em nos colocarmos à disposição delas, para que elas se apresentem.
    Brincar de ser as personagens é a mágica.
    Todas as personagens que representamos existem em nós.
    Repito o que sempre digo:
    - Não é importante decorar o texto.
    O importante é compreendê-lo.
    Compreender cada fala, cada intenção da personagem no contexto da cena e, claro, da peça como um todo.
    Brincar com a personagem, conhecê-la, inventá-la.
    Agir e reagir como ela.
    O ensaio é o lugar onde nos é permitido o exercício desta “loucura”, são nos ensaios que estamos completamente livres para experimentar posturas corporais, vozes, olhares, pausas, tempos de reação, etc...
    É no ensaio que o ator ou a atriz pode errar! 
    É no ensaio que se executa, com tranqüilidade, tudo aquilo que elaboramos em nossas cabeças quando tentamos visualizar as nossas personagens, quando estudamos as falas, as cenas, em casa, na rua, no trabalho, no elevador, no super-mercado...
    Do contraponto entre este exercício de expressão, isto é da experimentação, da discussão com o diretor e o grupo nas avaliações do processo é que emergirá a personagem, com seus subtextos, com suas minúcias da composição.
    Estamos em processo de criação e este processo é um parto!
    Um parto múltiplo, de onze personagens que só nascerão perfeitas se nosso trabalho de construção lhes der ar para respirarem, lhes der sangue para reagirem, lhes der vida para se expressarem.
    Complicado?
    Não.
    Simples.
    Eis a questão!
    Se você permitir que a sua intuição comande o processo de criação. Se você ousar, se você deixar o medo de lado, se você sair da sua “zona de conforto” e buscar ultrapassar seus limites deixando que o lúdico tome espaço, que a brincadeira aconteça: tudo se torna mais fácil.
    Exagere! Fantasie! Brinque!
    Construa sua personagem com uma lente de aumento naqueles pontos que você considerar os mais importantes para ela se expressar, isto é: aqueles pontos que mais evidenciam sua personalidade.
    Exagere!
    Minha função, como diretor, é dosar as suas potencialidades, dosar sua expressão para que o espectador construa a sua própria história conduzido pelo que ele, espectador, vê apresentado em cena.
    Confie: eu não deixarei você passar por situações de ridículo!
    Não tenha medo de nada!
    Nós faremos um espetáculo muito bem construído e de grande qualidade.
    Só depende de nós.
    Segunda-feira próxima iniciamos a reta final da montagem de nosso espetáculo.
    Estamos atrasados e interrupções como as do feriadão de Corpus Christi não nos ajudam em nada.
    Nossos ensaios em julho têm que render muito.
    Isto quer dizer: concentração, empenho, solidariedade entre todos da equipe nesta tarefa de construir o “Mundo Worchesther”.
    Mas, vejam bem: não estou falando em sacrifício!
    Ao contrário!
    Estou falando que quanto mais nos entusiasmarmos com o processo de criação, quanto mais nos divertirmos com ele, mais prazeroso ele poderá ser e, também mais profícuo, mais “rendoso” em termos de qualidade e de aprofundamento do nosso trabalho artístico.
    Portanto peço, encarecidamente, que vocês se divirtam mais. Brinquem mais. Concentrem-se mais. Usem mais sua intuição. Joguem mais. Troquem mais com seus parceiros de cena. Proponham mais em cada uma de suas falas, em cada uma de suas cenas.
    Assim, nós, "loucos-de-pedra" que escolhemos o palco para nos exprimir artisticamente, seremos mais felizes por realizarmos nossa loucura com um alto grau de qualidade.
    Gostaria muito de ouvir a opinião de cada um de vocês sobre esta reflexão.

    Beijos
    Até segunda às 20 horas, no palco.

    Enéas Lour
    01 de julho de 2011.